Estrada
Indago incertas sensações, todas as que a saudade permite, e desço todos os anos aquela estrada…
É no outro lado que me encontro e que esqueço a ânsia de mim desertar; que tomo de arrombo as minhas equimoses e as torno poeira, na longitude de um areal de memórias. São já minhas, aquelas videiras, que serpenteiam com pequenas voltas de devaneio. É tão meu, aquele plano que me assola e arrasa, ao simples chilrear de um pássaro.
Terra Quente…tão quente, que me faz sentir cinza nesse teatro fúnebre do qual me deixo fazer parte. Que afogueia todos os meus fragmentos de melancolia e os atiça um a um, fazendo com que apanhe novos escritos, nessa colheita de mim mesma.
Serenata estival que, ano após ano, me embala o coração. Baila e valseja os meus pesares, até que destes não reste senão pequenas máculas. É sempre fácil deixar-me levar nessa condescendência festiva, no enovelar de um arraial de leituras tardias, na orquestração de uma impressão de leveza e acalmia.
Acabada a tela, chega a hora de partir. Agora sim… vejo as cores de Trás-os-Montes! Aguarela de serranias e águas vítreas, que não deixo desbotar nem igualar à tristeza que me palmilha a face.
Pois, por qualquer que seja o trilho, desço todos os anos aquela estrada.
É no outro lado que me encontro e que esqueço a ânsia de mim desertar; que tomo de arrombo as minhas equimoses e as torno poeira, na longitude de um areal de memórias. São já minhas, aquelas videiras, que serpenteiam com pequenas voltas de devaneio. É tão meu, aquele plano que me assola e arrasa, ao simples chilrear de um pássaro.
Terra Quente…tão quente, que me faz sentir cinza nesse teatro fúnebre do qual me deixo fazer parte. Que afogueia todos os meus fragmentos de melancolia e os atiça um a um, fazendo com que apanhe novos escritos, nessa colheita de mim mesma.
Serenata estival que, ano após ano, me embala o coração. Baila e valseja os meus pesares, até que destes não reste senão pequenas máculas. É sempre fácil deixar-me levar nessa condescendência festiva, no enovelar de um arraial de leituras tardias, na orquestração de uma impressão de leveza e acalmia.
Acabada a tela, chega a hora de partir. Agora sim… vejo as cores de Trás-os-Montes! Aguarela de serranias e águas vítreas, que não deixo desbotar nem igualar à tristeza que me palmilha a face.
Pois, por qualquer que seja o trilho, desço todos os anos aquela estrada.
Cláudia